Historicamente, a Educação Física tem
priorizado e enfatizado a dimensão biofisiológica. Entretanto, a partir da
metade do século entra em cena a psicomotricidade, de forma muito atuante e com
uma visão de ciência e técnica. Novas questões, advindas da percepção da
complexidade das ações humanas, têm sido trazidas por esse outro campo científico.
Passa-se a observar a Educação Física a partir de uma visão mais ampla, em que
o homem, cada vez mais, deixa de ser percebido como um ser essencialmente
biológico para ser concebido segundo uma visão mais abrangente, na qual se considera
o processo social, histórico e cultural (MOLINARI, 2002).
É sabido que, no período
sensório-motor a interação da criança é bastante limitada então se predomina o
brinquedo e os jogos. É por isso que os brinquedos e os jogos apropriados são
uma espécie de formação sensorial que a criança necessita para um
desenvolvimento são e equilibrado.
Para que o brincar se torne um ato
preciso e desejado, a criança deve trabalhar seus movimentos corporais. É então
chegado momento de pais e professor incentivarem a criança no melhor desempenho
psicomotor para uma formação completa.
CONCEITOS DE PSICOMOTRICIDADE
Podemos citar vários autores apresentando
diversos conceitos de psicomotricidade dentre eles Vayer (1986) afirma que a
educação psicomotora é uma ação pedagógica e psicológica que utiliza os meios
da educação física com o fim de normalizar ou melhorar o comportamento da criança.
Já Barreto (2000) nos contribui
afirmando que a psicomotricidade é a integração do indivíduo, utilizando, para
isso, o movimento e levando em consideração os aspectos relacionais ou
afetivos, cognitivos e motrizes. É a educação pelo movimento consciente,
visando melhorar a eficiência e diminuir o gasto energético.
A
identidade da Psicomotricidade e a validade dos conceitos que emprega para se
legitimar revelam uma síntese inquestionável, entre o afetivo e o cognitivo,
que se encontram no motor. É a lógica do funcionamento do sistema nervoso, em
cuja integração maturativa emerge uma mente que transporta imagens e
representações e que resulta duma aprendizagem mediatizada dentro dum contexto sócio-cultural
e sócio-histórico
(Fonseca, 1989).
ASPECTOS
PSICOMOTORES
A história da psicomotricidade é
solidária à historia do corpo. Ao longo desta historia foram sendo registradas
perguntas tais como: de que modo decodificar? Como explicar as emoções do
corpo? Por que diferencia-los. (LEVIN, 1995)
As primeiras pesquisas realizadas no
campo da psicomotricidade correspondem a um enfoque eminentemente neurológico.
A partir de pesquisas com pacientes com lesões neurológica, o termo
psicomotricidade começou a surgir e se dar importância ao corpo.
Por isso, é importante o conhecimento
do corpo para o desenvolvimento psicológico da criança, haja vista que a
evolução da imagem corporal é acompanhada do desenvolvimento cognitivo e
emocional não são partes dissociadas, ao contrario, estão associadas podendo
uma parte intervir e influenciar à outra.
O corpo Apropria-se das emoções e das
representações, é o lugar por onde a comunicação se estabelece, embora não seja
uma linguagem falada é estruturalmente o centro da linguagem emocional.
A linguagem corporal é um meio de
comunicação com o eu interior e com o mundo exterior. Através do movimento a
criança pode perceber e sentir o espaço, a dimensão a velocidade e o ritimo do
seu corpo.
Segundo Fonseca (1995) o
desenvolvimento psicomotor é estudado, analisado e mensurado através de
diferentes elementos e/ou fatores dentre eles podemos citar a noção do corpo,
estruturação espaço temporal, lateralidade, equilíbrio, tonicidade, praxia
global e praxia fina.
Já para Lima e Barbosa (2007) a
psicomotricidade está associada à afetividade e à personalidade e é fundamental
no desenvolvimento nos padrões motores básicos de locomoção, manipulação e
tônus corporal.
JOGOS PEDAGÓGICOS
Denomina-se jogo, situações como
disputar partida de xadrez, um gato que empurra uma bola de lã, um tabuleiro
com piões e uma criança que brinca de boneca (Kishimoto, 1994).
Estas e outras definições de jogo
fazem com que o leitor pare para refletir sobre tal palavra e ação, passe a se
perguntar, Qual o verdadeiro significado de jogo? Qual a função principal do
jogo? No decorrer desta pesquisa tentarei esclarecer todas as duvidas e
responderei todas as perguntas principais.
Kishimoto (1994), explica o verdadeiro
significado do jogo na educação, as divergências que giram em torno do jogo
estão ligadas à presença de duas funções:
1. Função lúdica – o jogo propicia a
diversão o prazer e até o desprazer quando escolhido voluntariamente e
2. função educativa – o jogo ensina
qualquer coisa que complete o indutivo em seu saber, seu conhecimento e sua
apreensão do mundo (kishimoto,1997).
Para que haja um bom aprendizado da
criança tem que haver um equilíbrio entre as duas funções, lúdica e educativa,
não permitindo que a criança viva só a sua ludicidade, pois assim eliminará a
função educativa ou, quando a função educativa elimina todo hedonismo, resta apenas
o ensino (Kishimoto, 1997).
É através do jogo, do brinquedo e da
brincadeira que a criança compreende sua sociedade e sua cultura, pois eles são
portadores de seus valores e permitem, ao mesmo tempo, a construção de
significados e interpretações que se adaptam a diversas realidades (SANTOS,
2000).
Ao brincar, a criança desenvolve uma
das mais importantes funções psicológica superiores que é a imaginação (SANTOS,
2000).
Quando uma criança pega uma boneca e
representa o papel de mãe ou de filha utilizando a fala da sua própria mãe,
colocando a boneca de castigo, levando ao medico, saindo para passear,
colocando para dormir, esta exercitando com as faz-de-conta tarefas que serão
desenvolvidas na fase adulta.
No sexo masculino há uma representação
ligada a um ídolo que está acostumado a ver na televisão, por exemplo, quando
um garoto pega uma bola de futebol ele se lembra do seu ídolo e logo se
personifica utilizando características do jogador, palavras ou frases
utilizadas pelo mesmo. É muito comum encontrar meninos brincando de ser o seu
super-herói preferido ou, a imitar o seu melhor amigo.
Levando para uma sala de aula de
educação física, em muitas escolas onde a educação é tradicional, o momento
mais esperado é a aula de educação física pois são nelas que os alunos terão a
liberdade de explorar todo movimento corporal, proporcionando assim um maior
conhecimento do próprio corpo e dos amigos.
No processo de desenvolvimento, a
criança começa usando as mesmas formas de comportamento que outras pessoas
inicialmente usaram em relação a ela. Isto ocorre porque, desde os primeiros
dias de vida, as atividades das crianças adquirem um significado próprio num
sistema de comportamento social, refratadas através de seu ambiente humano, que
a auxilia a atender seus objetivos. (OLIVEIRA, 1994).
O PAPEL DO EDUCADOR FÍSICO NO ESPAÇO EDUCATIVO
Defendemos que a educação física deve
ser inclusiva, esquecendo de uma vez por todas a idéia de “aluno padrão”, “corpo
perfeito”, “rendimento”, e “aptidão física”, possibilitando que todos
independentemente de suas limitações, possam participar nesse sentido,
acreditamos ser necessárias mudanças de paradigmas, de epistemologia do
professor.
Quanto à educação física adaptada como
veiculo de promoção para Pessoas Educacionais Especiais. Promoção no sentido de
crescimento, tendo em vista, a ampliação de possibilidades de desenvolvimento
cognitivo, afetivo, psicomotor e psico-social.
Segundo De Meur (1984) no início da escolaridade
aparecem as dificuldades escolares de muitas crianças. O problema não está no
nível de classe em que elas se encontram, mas no nível da base. A estrutura da
educação psicomotora centra-se no nível da base, onde estão os elementos
básicos ou pré-requisitos que são as condições mínimas para uma boa
aprendizagem.
Cabe ao professor de Educação Física
aplicar atividades conscientes, onde possa desenvolver na criança capacidade
motora como: freio inibitório, percepção espacial, percepção óculo manual e
óculo pedal, lateralidade (direito, esquerdo, em cima em baixo, frente e trás),
e coordenação motora fina, a mesma que por sinal, responsável pela coordenação
motora na escrita.
O que muita das vezes acontece é um
verdadeiro treinamento esportivo onde visam colocar os alunos como verdadeiras
maquinas de rendimento nos quais a finalidade maior é de obter melhores
resultados nas competições interescolares.
Ao contrario do que muitos pensam a
educação física escolar não deve ser totalmente dissociada do esporte, já que
um dos seus objetivos consiste em promover a socialização interação entre seus
alunos, o que há de se conhecer que o esporte proporciona. O grande
questionamento que se faz a respeito do esporte na escola é que de muitas vezes
transfere para o aluno uma carga de responsabilidade muito alta quanto à
obtenção de resultados, o que afeta a criança psicologicamente de forma
negativa. (Barros Neto, 1997).
Um dos fatores a serem trabalhados
dentro de sala de aula é o espírito de cooperação entre os alunos, no entanto as
atividades mais recomendáveis são atividades rítmicas, as atividades
recreativas, uma vez que normalmente elas são realizadas em grupos, também é estimulada
nas crianças a participação no comportamento social, domínios de si mesma, alto
controle e respeito ao próximo.
Portanto a Educação Física torna-se
indispensável no programa disciplinar das escolas de ensino básico
principalmente no ensino fundamental, uma vez que nesta fase a criança começa a
sistematizar os seus conhecimentos adquiridos em sala de aula em jogos
desenvolvidos durante o período escolar e automaticamente reproduzidos e
adaptados nos jogos de rua. Cabe ao professor de Educação Física desenvolver
atividades de acordo com cada faixa etária e sempre respeitando a individualidade
biológica de cada criança.
REFERÊNCIAS
BARRETO, Sidirley de
Jesus. Psicomotricidade,
educação e reeducação. 2.ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000.
DE MEUR, A.; STAES, L. Psicomotricidade: educação e
reeducação. Rio de Janeiro: Manole, 1984.
FONCECA, Vitor da. Manual de observação psicoomotora:
significação psiconeurologica dos fatores psicomotores. Porto Alegre:
Artes Medicas, 1995.
FONSECA, Vitor. Da filogênese à ontogênese da
psicomotricidade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
FONSECA, Vitor. Psicomotricidade: filogênese,
ontogênese e retrogênese. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
KISHIMOTO, Tizuko
Mochida, et al. Jogo,
Brinquedo, Brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 1997.
LEVIN, Esteban. A clinica psicomotora: o corpo da linguagem.
Petrópolis: Vozes, 1995.
LIMA, Aline Souza;
BARBOSA, Silvia
Bastos. Psicomotricidade na educação infantil, abril 2007. Disponível em: http://www.colegiosasantamaria.com.br/santamaria/aprendamais/
artigos/ver.asp?artigo-id=9. Acesso em 8 jun. 2007.
MOLINARI, Ângela Maria
da Paz ; SENS, Solange Mari
A Educação Física e sua Relação
com a Psicomotricidade. Rev. PEC, Curitiba, v.3, n.1, p.85-93, jul.
2002-jul. 2003.
MEUR, A de e STAES, L Psicomotricidade: educação e
reeducação. São Paulo: Manole, 1984.
OLIVEIRA, Zilma de
Moraes Ramos de. L. S. Vygotsky: algumas idéias sobre desenvolvimento e
jogo infantil. São Paulo: FDE, 1994, p. 43-46.
SANTOS, Santa Marli
Pires dos. et al.
Brinquedoteca: o corpo da linguagem. Petrópolis: Vozes, 2000.
VAYER,
Pierre. A criança diante do mundo. Porto
Alegre: Artes Médicas, 1986
Autor
Martinho Lutero Leite Cruz – CREF. 1895 / G - CE
Graduado em Educação Física – UNIFOR
Pós Graduado em Treinamento Esportivo – UECE
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, Atividade Física e Nutrição - UNIFOR
Supervisor Mix Academia - http://www.mixacademia.com.br/
Personal Trainner
Email: martinhopersonal@hotmail.com
Fones: (85) 87663563 ou (85) 97363664
Valeu Prof Lene Sem você esse blog não funcionaria...Obrigado pela força!!!!
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