Nesta semana, eu
e minha amiga Lene Fernandes resolvemos nos aprofundar um pouco no tema
Diabetes Mellitus e nos benefícios que o exercício físico proporciona ao individuo
portador desta síndrome metabólica.
Para
entendermos essa patologia um pouco melhor, faz-se necessário o mínimo de
conhecimento sobre a glicose, além de ser imprescindível estudarmos um pouco o
hormônio responsável pela captação da glicose, que é a insulina, e o órgão que excreta
a insulina, o pâncreas. Tentaremos simplificar todo processo fisiológico e
bioquímico para uma melhor compreensão.
Iniciaremos
com a glicose, que é oriunda do carboidrato (açúcar) os quais são quebrados em
moléculas de glicose (um açúcar mais simples) que vai direto para circulação
sanguínea. Nesta fase o organismo pode se apropriar da glicose de três formas:
1 - Decompor a molécula de glicose para produzir a energia
necessária para que a célula execute suas funções;
2 - Transformar a molécula de glicose em outro açúcar, o glicogênio,
que será armazenado no fígado e nos músculos.
3 - Transformar a glicose em lipídios e triglicérides, esses serão
estocados na forma de gordura no tecido adiposo.
Neste
parágrafo abordaremos a função e a importância do pâncreas. É de fundamental
importância entender que o pâncreas é uma glândula de forma alongada e suas
células exercem duas funções muito importantes: a produção de enzimas
digestivas e a de hormônios. Os hormônios mais importantes que o pâncreas
produz, é a insulina e o seu antagonista, o glucagon.
Compreender o
mecanismo de ação e o comportamento desse hormônio são essenciais para o
tratamento da Diabetes Mellitus (DM), doença decorrente de problemas no
controle efetuado por esse hormônio. Existem dois tipos de DM a tipo I e a tipo
II. A primeira é resultante da secreção
de insulina pelos pâncreas, já a segunda é independente de insulina, que ocorre
por fatores não diretamente ligados a secreção de insulina, em que o tratamento
é realizado, principalmente, sem a utilização desse hormônio (KATZUNG, 2003).
OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO DIABETES SÃO:
Muita sede;Vontade de urinar diversas vezes;
Vontade de urinar diversas vezes;
Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual);
Fome exagerada;
Visão embaçada;
Infecções repetidas na pele ou mucosas;
Machucados que demoram a cicatrizar;
Fadiga (cansaço inexplicável);
Dores nas pernas por causa da má circulação.
Atenção:
Em alguns
casos não há sintomas. Isto ocorre com maior freqüência no diabetes tipo II.
Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a
doença. Os sintomas, muitas vezes, são vagos, como formigamento nas mãos e nos pés.
Portanto, é importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40
anos de idade. Logo, ao surgirem os primeiros sintomas, consulte seu médico,
garanta uma boa saúde e uma melhor qualidade de vida.
EXERCÍCIOS FÍSICOS E DIABÉTICOS
O programa de
exercícios físicos para diabéticos é extremamente complexo, necessitando ser complementado e interpretado
por uma série de exames clínicos e laboratoriais, que ajudam a equipe do
programa (médico, nutricionista e profissional de educação física) a
concretizar e adaptar as exigências específicas de cada diabético as suas reais
condições de saúde (Nunes, 1997).
De acordo com
o Colégio Americano de Medicina Esportiva - ACMS (1996), os diabéticos em geral
podem participar dos mesmos tipos de exercícios que os não diabéticos para o
seu treinamento físico, 5 a 7 vezes por semana. Entretanto, em virtude da
grande variabilidade individual no estado de controle e na resposta apresentada
pelo paciente do exercício, é fundamental que o programa de condicionamento
físico para esses tenha uma prescrição individualizada, possibilitando a
aquisição saudável e segura dos seus benefícios (Benetti, 1996).
EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO DIABETES TIPO I E II
TIPO I
As respostas
pelo estado metabólico aos exercícios são influenciadas pelo estado metabólico
em seu início. Em presença de deficiência de insulina e de cetose, os
exercícios causarão um aumento da glicose plasmática acelerando a formação de
corpos cetônicos. Isso ocorre porque a captação da glicose pelo músculo, medida
pelos exercícios, depende da insulina. Com a deficiência desse hormônio, o
aumento habitual da captação de glicose pelo músculo, durante os exercícios,
estará diminuindo. A deficiência de insulina resulta em um grande aumento da
produção de glicose pelo fígado e as concentrações de glicose circulantes no
plasma aumentam significantemente. A resposta aos exercícios efetuados por um
paciente com deficiência de insulina pode ser constatada com a situação clínica
mais comum, em que o exercício é efetuado no momento em que existe um relativo
excesso de insulina na circulação (Martins, 1998).
É de grande
importância salientar que a glicose plasmática diminuirá durante os exercícios
ocorrendo à observação clínica de hipoglicemia provocada pela atividade física.
A elevação dos
níveis de insulina causa uma inibição da produção hepática de glicose.
A captação de
glicose pelo músculo aumenta com os exercícios, mesmo assim, o fígado é incapaz
de aumentar sua produção de glicose para repor sua perda na circulação, assim ocasionando
uma queda da glicemia.
TIPO II
O exercício moderado pode
melhorar a hemoglobina glicosilada e a secreção de insulina, e esses efeitos
podem ocorrer independentemente da manutenção ou não da massa corporal. Isto
pode sugerir que esses efeitos benéficos não são necessariamente relatados para
o treinamento, mas refletem bastante no complemento do efeito do aumento da
sensibilidade à insulina após cada sessão de exercício (Uranic e Wasserman,
1990).
A maioria dos estudos
demonstra que ocorre a melhora em pacientes diabéticos que se exercitam
regularmente, acreditando ser primeiramente devido a potencialização da ação
insulínica na musculatura esquelética. O exercício ao aumentar a sensibilidade
à insulina em DMIND auxilia no controle do estado glicêmico desses pacientes
devendo, portanto, ser incluído no tratamento dessa doença.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que o
Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome sistêmica, crônica e evolutiva
caracterizada pela alteração no metabolismo dos carboidratos, proteínas e
gorduras, decorrentes da falta de insulina ou de sua capacidade de agir
adequadamente. Portanto, antes de iniciar um programa de exercícios físicos,
indivíduos diabéticos devem passar por uma avaliação médica detalhada com
métodos diagnósticos adequados. Inicialmente traçada uma história clínica e
realizado um exame físico, com particular atenção nas possíveis complicações
microvasculares e macrovasculares (neuropatia, retinopatia, doenças cardiovasculares,
controle glicêmico) - que podem ser agravadas pelo programa de exercício - além
de glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, perfil lipídico, análise de
proteínas na urina e avaliação oftalmológica (Grima, 1996; Carvalho, 1988).
Outro item de
extrema importância que não pode ser dispensado, como complemento na avaliação
de DM, mesmo que não sejam portadores de doença cardiovascular, é o teste
ergométrico.
Recomenda-se principalmente ao
se iniciar um programa de exercícios de intensidade moderada a alta em
indivíduos: - Acima de 35 anos; diabetes tipo I com mais de 15 anos de duração;
diabetes tipo II com mais de 10 anos de duração; presença de qualquer outro
fator de risco para Doença Arterial Coronariana; Doença Vascular Periférica;
presença de doença microvascular (retinopatia ou nefropatia); neuropatia
Autonômica (American College Of Sports & American Diabetes Association,
2000).
Pollock
e Wilmore (1993) afirmam que indivíduos com complicações não devem ser
admitidos em programas de exercício físico, por estarem submetidos a maior
risco de evento cardíaco durante a prática dos exercícios. A identificação das
condições do indivíduo permitirá a elaboração de uma prescrição individualizada
de exercícios que pode minimizar o risco para o diabético. Para American
Diabetes Association (1995), o programa de exercício deve ser agradável, o
paciente escolhe a atividade que goste e variar o tipo de exercício. O
diabético deve fazer exercício num local e horário adequado. O exercício deve
ser regular e perto da sua casa ou perto do local de trabalho. O comportamento
do paciente deve ser reforçado por si, sua família e pelos profissionais
envolvidos no programa.
Referências Bibliográficas
AMERICAN COLLEGE OF SPORTS
MEDICINE & AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, Diabetes Mellitus e Exercício. Revista
Brasileira de Medicina do Esporte, v. 6, 2000.
AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Medical
Management Of Non Insulin-Dependent Diabetes. 2 ed. 1995.
BENETTI, M. Atividade Física e
Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de Medicina Esportiva; São Paulo,
v.2, p. 75 - 78, 1996.
CARVALHO, T. Exercício Físico
e Diabetes. Anais 2º Encontro Nacional de Educação em Diabetes. Florianópolis, p.55-58,
1988.
GRIMA, J. R. S. Prescripción
de Ejercicio Físico para la Salud. Editorial Pai do tribo, 309 - 323, 1996.
KATZUNG, B. G. Farmacológica.
Hormônios pancreáticos e fármacos antidiabeticos. Vol. Único , edição 9, p.
579-597, 2003.
MARTINS, D. M. Efeito do
Exercício Físico Sobre o Comportamento da Glicemia em Indivíduos Diabéticos. Dissertação
de Mestrado. UFSC, Florianópolis, 1998.
NUNES, V. G. S. Prescrição de
Exercícios Físicos para Pessoas com Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de
Atividade Física e Saúde. v.2, n.4, p. 76 - 86, 1997.
POLLOCK, M. L. e WILMORE, J. H. Exercícios
na Saúde e na Doença. Rio de Janeiro: Ed. Medsi, 1993.
Sociedade Brasileira de Diabetes.
Disponível em: < http://www.diabetes.org.br/diabetes/sinsint.php >. Acesso em: 21 de abril de 2012.
Autor
Martinho Lutero Leite Cruz – CREF. 1895 / G - CE
Graduado em Educação Física – UNIFOR
Pós Graduado em Treinamento Esportivo – UECE
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, Atividade Física e Nutrição - UNIFOR
Supervisor Mix Academia - http://www.mixacademia.com.br/
Personal Trainner
Email: martinhopersonal@hotmail.com
Fones: (85) 87663563 ou (85) 97363664
Gostei Martin! Muito bom!
ResponderExcluirProfessor Martinho contribuindo para nosso conhecimento! Muito bom!!!
ResponderExcluirseja um seguidor da saúde.......
ResponderExcluircombater é importante.... parabéns para o Professor Martinho Lutero e Lene Fernandes
ResponderExcluirObrigado pela atenção e pelo carinho que tens demonstrado a nosso blog...Uma das leitoras mais fiel e dedicaca a promoção da saude...
ExcluirContinue participando com sugestões!!!