sexta-feira, 27 de abril de 2012

A IMPORTÂNCIA DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NA PREVENÇÃO E NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS



Nesta semana, eu e minha amiga Lene Fernandes resolvemos nos aprofundar um pouco no tema Diabetes Mellitus e nos benefícios que o exercício físico proporciona ao individuo portador desta síndrome metabólica.

Para entendermos essa patologia um pouco melhor, faz-se necessário o mínimo de conhecimento sobre a glicose, além de ser imprescindível estudarmos um pouco o hormônio responsável pela captação da glicose, que é a insulina, e o órgão que excreta a insulina, o pâncreas. Tentaremos simplificar todo processo fisiológico e bioquímico para uma melhor compreensão.

Iniciaremos com a glicose, que é oriunda do carboidrato (açúcar) os quais são quebrados em moléculas de glicose (um açúcar mais simples) que vai direto para circulação sanguínea. Nesta fase o organismo pode se apropriar da glicose de três formas:

1 - Decompor a molécula de glicose para produzir a energia necessária para que a célula execute suas funções;
2 - Transformar a molécula de glicose em outro açúcar, o glicogênio, que será armazenado no fígado e nos músculos.
3 - Transformar a glicose em lipídios e triglicérides, esses serão estocados na forma de gordura no tecido adiposo.

Neste parágrafo abordaremos a função e a importância do pâncreas. É de fundamental importância entender que o pâncreas é uma glândula de forma alongada e suas células exercem duas funções muito importantes: a produção de enzimas digestivas e a de hormônios. Os hormônios mais importantes que o pâncreas produz, é a insulina e o seu antagonista, o glucagon.

Compreender o mecanismo de ação e o comportamento desse hormônio são essenciais para o tratamento da Diabetes Mellitus (DM), doença decorrente de problemas no controle efetuado por esse hormônio. Existem dois tipos de DM a tipo I e a tipo II.  A primeira é resultante da secreção de insulina pelos pâncreas, já a segunda é independente de insulina, que ocorre por fatores não diretamente ligados a secreção de insulina, em que o tratamento é realizado, principalmente, sem a utilização desse hormônio (KATZUNG, 2003).

OS PRINCIPAIS SINTOMAS DO DIABETES SÃO:


Muita sede;Vontade de urinar diversas vezes; 
Vontade de urinar diversas vezes; 
Perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual); 
Fome exagerada; 
Visão embaçada; 
Infecções repetidas na pele ou mucosas; 
Machucados que demoram a cicatrizar; 
Fadiga (cansaço inexplicável); 
Dores nas pernas por causa da má circulação.


Atenção:

Em alguns casos não há sintomas. Isto ocorre com maior freqüência no diabetes tipo II. Neste caso, a pessoa pode passar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a doença. Os sintomas, muitas vezes, são vagos, como formigamento nas mãos e nos pés. Portanto, é importante pesquisar diabetes em todas as pessoas com mais de 40 anos de idade. Logo, ao surgirem os primeiros sintomas, consulte seu médico, garanta uma boa saúde e uma melhor qualidade de vida.


EXERCÍCIOS FÍSICOS E DIABÉTICOS


O programa de exercícios físicos para diabéticos é extremamente complexo,  necessitando ser complementado e interpretado por uma série de exames clínicos e laboratoriais, que ajudam a equipe do programa (médico, nutricionista e profissional de educação física) a concretizar e adaptar as exigências específicas de cada diabético as suas reais condições de saúde (Nunes, 1997).

De acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva - ACMS (1996), os diabéticos em geral podem participar dos mesmos tipos de exercícios que os não diabéticos para o seu treinamento físico, 5 a 7 vezes por semana. Entretanto, em virtude da grande variabilidade individual no estado de controle e na resposta apresentada pelo paciente do exercício, é fundamental que o programa de condicionamento físico para esses tenha uma prescrição individualizada, possibilitando a aquisição saudável e segura dos seus benefícios (Benetti, 1996).


EFEITOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO DIABETES TIPO I E II



TIPO I

As respostas pelo estado metabólico aos exercícios são influenciadas pelo estado metabólico em seu início. Em presença de deficiência de insulina e de cetose, os exercícios causarão um aumento da glicose plasmática acelerando a formação de corpos cetônicos. Isso ocorre porque a captação da glicose pelo músculo, medida pelos exercícios, depende da insulina. Com a deficiência desse hormônio, o aumento habitual da captação de glicose pelo músculo, durante os exercícios, estará diminuindo. A deficiência de insulina resulta em um grande aumento da produção de glicose pelo fígado e as concentrações de glicose circulantes no plasma aumentam significantemente. A resposta aos exercícios efetuados por um paciente com deficiência de insulina pode ser constatada com a situação clínica mais comum, em que o exercício é efetuado no momento em que existe um relativo excesso de insulina na circulação (Martins, 1998).

É de grande importância salientar que a glicose plasmática diminuirá durante os exercícios ocorrendo à observação clínica de hipoglicemia provocada pela atividade física.
A elevação dos níveis de insulina causa uma inibição da produção hepática de glicose.
A captação de glicose pelo músculo aumenta com os exercícios, mesmo assim, o fígado é incapaz de aumentar sua produção de glicose para repor sua perda na circulação, assim ocasionando uma queda da glicemia.

TIPO II
O exercício moderado pode melhorar a hemoglobina glicosilada e a secreção de insulina, e esses efeitos podem ocorrer independentemente da manutenção ou não da massa corporal. Isto pode sugerir que esses efeitos benéficos não são necessariamente relatados para o treinamento, mas refletem bastante no complemento do efeito do aumento da sensibilidade à insulina após cada sessão de exercício (Uranic e Wasserman, 1990).
 A maioria dos estudos demonstra que ocorre a melhora em pacientes diabéticos que se exercitam regularmente, acreditando ser primeiramente devido a potencialização da ação insulínica na musculatura esquelética. O exercício ao aumentar a sensibilidade à insulina em DMIND auxilia no controle do estado glicêmico desses pacientes devendo, portanto, ser incluído no tratamento dessa doença. 

CONCLUSÃO


Podemos concluir que o Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome sistêmica, crônica e evolutiva caracterizada pela alteração no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras, decorrentes da falta de insulina ou de sua capacidade de agir adequadamente. Portanto, antes de iniciar um programa de exercícios físicos, indivíduos diabéticos devem passar por uma avaliação médica detalhada com métodos diagnósticos adequados. Inicialmente traçada uma história clínica e realizado um exame físico, com particular atenção nas possíveis complicações microvasculares e macrovasculares (neuropatia, retinopatia, doenças cardiovasculares, controle glicêmico) - que podem ser agravadas pelo programa de exercício - além de glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, perfil lipídico, análise de proteínas na urina e avaliação oftalmológica (Grima, 1996; Carvalho, 1988).
  Outro item de extrema importância que não pode ser dispensado, como complemento na avaliação de DM, mesmo que não sejam portadores de doença cardiovascular, é o teste ergométrico.
Recomenda-se principalmente ao se iniciar um programa de exercícios de intensidade moderada a alta em indivíduos: - Acima de 35 anos; diabetes tipo I com mais de 15 anos de duração; diabetes tipo II com mais de 10 anos de duração; presença de qualquer outro fator de risco para Doença Arterial Coronariana; Doença Vascular Periférica; presença de doença microvascular (retinopatia ou nefropatia); neuropatia Autonômica (American College Of Sports & American Diabetes Association, 2000).
     Pollock e Wilmore (1993) afirmam que indivíduos com complicações não devem ser admitidos em programas de exercício físico, por estarem submetidos a maior risco de evento cardíaco durante a prática dos exercícios. A identificação das condições do indivíduo permitirá a elaboração de uma prescrição individualizada de exercícios que pode minimizar o risco para o diabético. Para American Diabetes Association (1995), o programa de exercício deve ser agradável, o paciente escolhe a atividade que goste e variar o tipo de exercício. O diabético deve fazer exercício num local e horário adequado. O exercício deve ser regular e perto da sua casa ou perto do local de trabalho. O comportamento do paciente deve ser reforçado por si, sua família e pelos profissionais envolvidos no programa.




Referências Bibliográficas

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE & AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, Diabetes Mellitus e Exercício. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 6, 2000.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Medical Management Of Non Insulin-Dependent Diabetes. 2 ed. 1995.

BENETTI, M. Atividade Física e Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de Medicina Esportiva; São Paulo, v.2, p. 75 - 78, 1996.

CARVALHO, T. Exercício Físico e Diabetes. Anais 2º Encontro Nacional de Educação em Diabetes. Florianópolis, p.55-58, 1988.

GRIMA, J. R. S. Prescripción de Ejercicio Físico para la Salud. Editorial Pai do tribo, 309 - 323, 1996.

KATZUNG, B. G. Farmacológica. Hormônios pancreáticos e fármacos antidiabeticos. Vol. Único , edição 9, p. 579-597, 2003.

MARTINS, D. M. Efeito do Exercício Físico Sobre o Comportamento da Glicemia em Indivíduos Diabéticos. Dissertação de Mestrado. UFSC, Florianópolis, 1998.

NUNES, V. G. S. Prescrição de Exercícios Físicos para Pessoas com Diabetes Mellitus. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde. v.2, n.4, p. 76 - 86, 1997.

POLLOCK, M. L. e WILMORE, J. H. Exercícios na Saúde e na Doença. Rio de Janeiro: Ed. Medsi, 1993.

Sociedade Brasileira de Diabetes. Disponível em: < http://www.diabetes.org.br/diabetes/sinsint.php >.  Acesso em: 21 de abril de 2012.



Autor

Martinho Lutero Leite Cruz – CREF. 1895 / G - CE
Graduado em Educação Física – UNIFOR
Pós Graduado em Treinamento Esportivo – UECE
Pós Graduando em Fisiologia do Exercício, Atividade Física e Nutrição - UNIFOR
Supervisor Mix Academia - http://www.mixacademia.com.br/
Personal Trainner
Email: martinhopersonal@hotmail.com
Fones: (85) 87663563 ou (85) 97363664

5 comentários:

  1. Gostei Martin! Muito bom!

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  2. Professor Martinho contribuindo para nosso conhecimento! Muito bom!!!

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  3. combater é importante.... parabéns para o Professor Martinho Lutero e Lene Fernandes

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    1. Obrigado pela atenção e pelo carinho que tens demonstrado a nosso blog...Uma das leitoras mais fiel e dedicaca a promoção da saude...
      Continue participando com sugestões!!!

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