Autores: Lene Fernandes, Martinho Lutero.
Durante
toda a vida do ser humano há uma preparação para se chegar ao envelhecimento ou
terceira idade. O estilo de vida na sua maioria das vezes não condiz com a
manutenção da saúde e bem estar. O sedentarismo, envelhecimento, imobilizações
e doenças neurológicas enfraquecendo o tecido muscular.
Muitas
das características do envelhecimento se dar pelas alterações biológicas, não as
dissociando das necessidades sociais, psicológicas e culturais. O individuo
desenvolve suas capacidades até certa idade e após essa idade, o seu desempenho
funcional vai regredindo ate atingir patamares indesejáveis, comprometendo a
capacidade de realização de tarefas cotidianas.
Com
o passar dos anos todo individuo perde alguns de seus componentes principais de
funcionamento corporal. No envelhecimento observa-se um declínio das
capacidades físicas, como forca, resistência aeróbia, coordenação motora,
equilíbrio, flexibilidade, dentre outras.
Como
parte do processo de desenvolvimento humano, o envelhecimento e caracterizado como
um período de perdas funcionais que influenciam negativamente a qualidade de
vida dos indivíduos com idades mais avançadas. Com esse avançar da idade, os
tecidos que envolvem as articulações sofrem diminuição de sua elasticidade
ocorrendo assim um declínio de sua amplitude articular e também pela falta de exercícios
que compensam esses declínios, possivelmente prejudicando a qualidade de vida (Achour,
1997).
Acredita
também que, ao se favorecer a prática da atividade física ao idoso, pode-se,
igualmente, ajudar a mudar o seu estilo de vida, muitas vezes inativo e sedentário.
Por isso, propõe-se evidenciar a importância da atividade física no processo de
envelhecimento como meio de promoção de uma vida ativa e conseqüente melhora da
qualidade de vida (Sherphard, 2003).
Segundo
Okuma (2004), alguns benefícios da atividade física são evidentes igualmente para
o domínio das capacidades cognitivas e psicossociais. Reconhecesse sua forte relação,
com o bem estar psicológico, comumente indicado por sentimentos de satisfação,
felicidade e envolvimento.
Com o
envelhecimento e a diminuição da qualidade de vida, a procura pela pratica de
atividade física aumenta. Os resultados adquiridos pela sua pratica são gradativamente
visíveis, de acordo com o período, intensidade e o tempo da atividade,
estabelecendo assim benefícios, de forma que ocorram melhoras em suas capacidades
físicas e mentais, tais como melhora da resistência, coordenação motora, equilíbrio,
flexibilidade, sistema cardiorrespiratório, osteoarticulares , a parte social,
auto estima, energia, disposição entre outras (Ramos, 1999). Sendo assim a
atividade física regular pode contribuir muito para evitar as incapacidades associadas
ao envelhecimento. Seu enfoque principal deve ser na promoção de saúde, mas em indivíduos
com patologias já instaladas a pratica de exercícios orientados pode ser muito
importante para controlar a doença.
Com
o processo de envelhecimento, a redução da flexibilidade vai aumentando
progressivamente, e isto e inevitável. Ao alcance de todos está o treinamento físico,
com o objetivo de atenuar esta perda de forma acentuada, pois os indivíduos que
realizaram atividades físicas adequadas quando jovens ou ainda praticam exercícios
com regularidade, conseguem retardar este acontecimento (Alter, 1999). A
flexibilidade, e definida como a capacidade de movimento da articulação com a
maior amplitude possível, para Achour (1997), flexibilidade e definida
operacionalmente como amplitude máxima de movimento voluntario em uma ou mais articulações
sem lesioná-las.
A
flexibilidade e considerada como um importante componente da aptidão física. A manutenção dos níveis de flexibilidade e
importante para a realização das tarefas do dia-a-dia, como calcar sapatos,
subir escadas ou colocar e retirar objetos de prateleiras. Há evidencias de
alguns autores de que níveis elevados de flexibilidade associam-se
significativamente com a diminuição de episódios de lombalgias, incidência de lesões,
alterações no equilíbrio e na postura, bem como ocorrência de quedas em idosos. Com os níveis normais
de flexibilidade há uma maior mobilização de suas atividades diárias,
melhorando suas capacidades de vidas diárias.
A
nível de senso comum: alongamentos são técnicas pra ajudar na prevenção de
possíveis lesões, assim como também uma redução das tensões musculares deixando
sensações de um corpo mais relaxado, os alongamentos também são muito bons para
a coordenação, já que os movimentos tornam-se mais soltos e fáceis, estará se
prevenindo contra distensões musculares (um músculo forte e previamente
alongado resiste melhor a tensões do que um músculo forte não alongado).
Perceberá que ficará mais fácil realizar atividades desgastantes quando prepara
antes o corpo para qualquer que seja a atividade. Mas sempre bom lembrar que
deve ser feito de uma forma correta, pois logo que executa exercícios errados
só irá causar danos, por exemplo, uma forma incorreta de se praticar o
alongamento é alongar-se até sentir dor, uma dor que não seja confortável
poderá até causar uma distensão muscular.
Alter (1999) diz que os exercícios
de alongamentos, são exercícios voltados para o aumento da flexibilidade
muscular, no qual promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com que
elas aumentem o seu comprimento. O principal efeito dos alongamentos é o
aumento da flexibilidade, que é a maior amplitude de movimento possível de uma
determinada articulação. O alongamento tem sempre uma determinada amplitude de
movimento, nesse caso Norkim e White (1997, p. 59) define alongamento “A
quantidade de movimento de uma articulação”
Existem
vários tipos de alongamentos, Geoffroy (2001) diz que os alongamentos estão
classificados em: Alongamento Ativo – Dinâmico, Passivo, Postura – Passiva,
Ativo – Passivo, e Alongamento Postural. Geoffroy (2001) fala que os
alongamentos do tipo ativos-dinâmicos, são aqueles que têm o objetivo de
aquecer, ou seja, preparar a musculatura, os tendões e as articulações, para
tal esforço físico, tem como característica as combinações de alongamento
submáximo com uma contração estática de um grupo muscular seguida, após
relaxamento, de uma ênfase dinâmica (alongamento + contrações simultâneas),
eles devem ser feitos antes de cada esforço físico. Já os alongamentos do tipo
passivo devem ser feitos depois de cada esforço físico, Geoffrey (2001) diz que
mais para a recuperação ou manutenção da flexibilidade músculo – tendinosa, é
um alongamento mais lento, progressivo, de um grupo muscular em busca de um
ganho de amplitude perdido (alongamento sem contração). Os alongamentos do tipo
postura passiva, esses são para serem feitos após e sem fase de esforço físico,
pois servem para a manutenção da flexibilidade, esses alongamentos são mantidos
por longo tempo para que tenha o ganho de amplitude articular. No alongamento
ativo – passivo ele fala que também é feito para a manutenção do músculo sob
tensão ou também para ganho de amplitude articular, é o encadeamento de um
alongamento ativo seguido por um alongamento passivo, ou seja, um alongamento
muscular de pequena amplitude com contração estática seguido por um
prolongamento passivo após relaxamento, já estes são para serem feitos entre os
esforços após cada esforço e sem fase de esforço físico, (alongamento +
contração e alongamento sem contração). E por último, Geoffroy (2001) cita o
alongamento postural o qual como seu principal objetivo de servir como um
anti–estresse o qual diminui as tensões musculares e favorece o bem estar, esse
tipo de alongamento tem duas definições alongamento ativo: que é a ativação de
vários grupos musculares com exercícios de alongamento e contrações com o
objetivo de realizar posturas desejadas, a segunda definição é alongamento
passivo que é uma postura de alongamento global sem contração, sob a ação da
força da gravidade, este último tipo de alongamento é pra ser feito sem esforço
físico e em fase especifica. Fora todos os tipos de alongamento que Geoffroy
(2001) define, Alter (1999) fala sobre mais um tipo, que é o FNP, Facilitação
Neuromuscular Proprioceptiva, que no caso é utilizada a técnica de
contrair-relaxar agonista-contrair, ele diz ainda que este tipo de alongamento
tem como objetivo de reduzir a dor muscular que vem após a atividade física, ou
seja, recomendado como uma maneira para melhorar o bem-estar de uma pessoa
assim como todos os outros tipos de alongamentos.
De acordo com Tanaka e Farah (1997) os
exercícios de alongamento podem ser utilizados para diversos tipos de fins.
Para os educadores físicos, serve como parte de um programa de treinamento,
pode ser na escola, nas academias e entre outros locais, já para os
Fisioterapeutas, são utilizados para mudar o comprimento muscular ajudando nas
funções neuromusculares. Alter (2001, p. 194) resume os objetivos dos
alongamentos afirmando que são “Exercícios e habilidades especiais...” e
acrescenta que “... foram desenvolvidos para alcançar a flexibilidade.
Independente do método empregado, o super alongamento pode ser produzido de várias
maneiras, determinado por sua quantidade ou intensidade de alongamento, duração
do alongamento, freqüência de movimentos realizados em um determinado período e
velocidade ou natureza do alongamento”. Geoffroy (2001), por exemplo, diz que
os alongamentos têm objetivo de prevenir lesões, distensões musculares,
entorses; reduzir as tensões musculares e induz o corpo ao relaxamento;
melhorar a postura e o esquema corporal; um dos mais importantes é ativar a
circulação; pode reduzir a ansiedade, estresse e a fadiga; melhora a atenção e
outro fator importante é o de prevenir dores.
TERCEIRA IDADE
Com o passar dos tempos pode-se ver
que a população está envelhecendo e com isso vai aumentando o número de pessoas
idosas no mundo. De acordo com a Organização Mundial de Saúde foi adotado a
seguinte classificação: as pessoas que possuem de 45 a 59 anos estão na classe
das pessoas de Meia-Idade; já quem
tem de 60 a
74 anos é considerado Idoso; de 75
a 90 anos estão classificados como Velho e pra finalizar as pessoas que possuem a idade acima de 90
anos são considerado como Muito Velho.
Shephard (2003) define cada classe citada pela OMS de acordo com suas idades.
Por exemplo, pessoas da Meia-idade
são todas aquelas que estão na metade da carreira de trabalho, ele diz que de
acordo com os principais sistemas biológicos tem uma perda de função em torno
de 10 a
30% relativo aos valores máximos de quando se é jovem adulto. De acordo a OMS
na próxima classificação, vem os idosos,
para Shephard (2003) vem a velhice
nos quais estão dentro da mesma faixa etária que os idosos, para ele a velhice
se refere ao período logo após a aposentadoria, também têm-se uma perda de
função mas não muito elevada comparando com os de meia idade, e nenhum grande
dano à homeostasia. Na mesma faixa etária dos Velhos das classificações da OMS, Shephard (2003) classifica Velhice Avançada, com a seguinte
situação, “... o indivíduo percebe um dano substancial das funções quando
assume muitas atividades diárias; entretanto, o individuo ainda consegue ter
uma vida relativamente independente.” (2003, p.04). Por último, temos na
nomenclatura da OMS, a categoria Muito
Velho que para Shephard (2003) é a Velhice
muito avançada, que para ele são pessoas precisam de cuidados
institucionais, ou de enfermagem, ou ambos, geralmente são necessários. “O
individuo mediano passa cerca de 15% do total do seu ciclo de vida em um estado
não saudável. Grande parte dos danos à saúde é por causa da incapacidade, lesão
ou doenças, a que se incorre na velhice.”Shephard (2003, p.04).
Alter (1999) afirma que “Qualquer
que seja o sistema de classificação adotado, o idoso constituem um grupo que é
caracterizado pela considerável variação nas capacidades fisiológicas, mentais
e funcionais”. Pode-se levar em conta o estilo de vida de cada pessoa, além de
suas composições genéticas. Shephard (2003) diz que existe também nesta
população da terceira idade diferenças de acordo com sua nacionalidade e suas
regiões, e realmente pode ver que as pessoas de terceiro mundo, têm um grande
contraste, passam muita parte da vida tendo uma má nutrição, trabalhando muito
para conseguir sobreviver, sem ter aquele descanso necessário para ter uma vida
sadia, freqüentes episódios de doenças, entre milhares de outros milhares de
fatores.
Então se pode resumir de acordo com
Shephard (2003) que esta população da terceira idade está longe de ser
homogênea, que também “... é um processo continuo que afeta progressivamente as
funções no decorrer do ciclo vital...” Shephard (2003, p.01).
Falando
um pouco do histórico do envelhecimento encontramos algumas observações, por
exemplo, Azevedo (2001) conta, que o envelhecimento e
a longevidade humana são algo que já faz presente na história, seja na busca
pela fórmula da eterna juventude, esta associada à felicidade plena, ou como
preocupação constante do homem em todos os tempos. Despertando maior ênfase na
última década, devido a sua expansão tanto a nível mundial, como na realidade
brasileira, sendo objeto de investigação na comunidade acadêmica e na sociedade
civil. Ele fala também sobre a imortalidade e a eterna juventude são sonhos
míticos da espécie humana. Como os gregos, por exemplo, Azevedo (2001) fala que
Hesíodo descreveu uma raça dourada,
constituída por um povo que vivia centenas de anos sem envelhecer e que
morreriam dormindo quando chegasse o seu dia. Salienta também sobre o filósofo
grego chamado Aristóteles, e o considerado médico grego Galeno, os quais acreditavam
que cada pessoa nascia com certa quantidade de calor interno, que iria se
dissipando com o passar dos anos, considerando a velhice o período final desta
dissipação de calor. Neste sentido, este primeiro, sendo um dos mais influentes
filósofos do pensamento ocidental naquela época, sugeria o desenvolvimento de
métodos que evitassem a perda de calor, prolongando a vida, fugindo um pouco da
mitologia utilizada até então para dar uma conotação científica a este
fenômeno.
Leme (1996) afirma que em algumas civilizações mais antigas, a valorização
pessoal parece vinculada à capacidade física, força, vitalidade, beleza,
virilidade; ao passo que em países orientais a velhice é objeto de adoração,
uma vez que os jovens procuravam os idosos em busca de conhecimentos e
experiência. Em relação à cultura, encontram-se várias formas de conceituação e
enfrentamento da velhice. No Egito, provavelmente por volta de 3000 a . C., há registros da
obrigação dos filhos em cuidar de seus idosos, e para os egípcios, “viver 110 anos era considerado o prêmio de
uma vida equilibrada e virtuosa” (Leme, 1996, p. 14). De acordo com Leme
(1996), em Israel, o respeito dos judeus aos anciãos fica evidenciado tanto na
Bíblia quanto do ponto de vista legal: maltratar os pais era considerado um
crime que poderia ser punido com a morte. O órgão máximo do povo hebreu era o Sinédrico, que era composto por 70 anciãos do povo. Já na China, mesmo
reconhecendo a limitação natural da vida humana, acreditava-se que, de maneira
natural, esta devesse se prolongar das faculdades mentais e dos sentidos (Leme,
1996). Completa Azevedo (2001) que ainda na China, o
taoísmo, preconiza o encontro do “verdadeiro caminho” que seria viver tanto até
tornar-se imortal, para isto fazia-se necessário aprender a conservar as
energias vitais, por exemplo, mantendo o controle da respiração, alimentando-se
de frutas e raízes, evitando carne e álcool, como também a substituindo-se o
comportamento sexual pelo ato da meditação.
Nas sociedades contemporâneas Azevedo (2001) afirma que o
Papa João Paulo II, no ano de 1999 (Ano Internacional do Idoso), escreveu uma
carta aos anciãos, afirmando que estes ajudam a contemplar os acontecimentos
terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornaram mais
experientes e amadurecidos. Eles são guardiões da memória coletiva e, por isso,
intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores humanos que
mantêm e guiam a convivência social. Bosi (1994) observa então, que na
atualidade é negada ao velho sua função social, uma vez que habilidades como
aconselhar e lembrar são mecanismos não valorizados, sendo decorrente a
opressão à velhice. Esta se dá a partir de mecanismos institucionais visíveis
como, por exemplo, as casas de ‘repouso’, asilos, bem como por questões psicológicas
(a tutelagem, a inexistência do diálogo, discriminação) e mecanismos
científicos com pesquisas que demonstram deterioração física, deficiência nas
relações interpessoais.
Percebe-se assim, o reconhecimento da autoridade
religiosa ao processo de envelhecimento e, é válido falar, que essa atitude tem
partido também de outros autores que se dispõem a tratar a questão da velhice.
Como salienta Cícero (1997), deve-se combater a velhice por meio de exercícios
físicos e de boa alimentação, uma vez que os velhos a conservam tanto melhor
quando permanecem intelectualmente ativos.
Peixoto (1998) comenta que
até o século XIX, a velhice era tratada como uma questão de mendicância, porque
sua principal característica era a não possibilidade que uma pessoa apresentava
de se assegurar financeiramente. Assim, a noção de velho remete à incapacidade
de produzir, de trabalhar. Dessa forma, Peixoto (1998), era denomina o velho (vieux)
ou velhote (veillard) de indivíduo que não desfrutava de status social,
muito embora o termo velhote também fosse utilizado para denominar o velho que
tinha sua imagem definida como bom cidadão.
Para
demonstrar uma visão menos estereotipada da velhice, o termo “idoso” foi adotado para caracterizar
tanto a população envelhecida em geral, como aquela mais favorecida. A partir
de então, Peixoto (1998) salienta que os problemas
dos velhos passaram a ser vistos como necessidades
dos idosos Por outro lado, Neri (2000) afirma que a substituição dos termos:
velho ou velhice por melhor idade;
já indica preconceito, pois, caso contrário, essa troca de palavras não seria
necessária. Neri (2000) completa, falando do termo “terceira idade”. Este termo
foi criado desde os anos 60, para designar a idade em que a pessoa se apresenta
servindo para designar a faixa etária intermediária entre a vida adulta e a
velhice. Há ainda outras metáforas acerca do envelhecimento como, por exemplo,
“amadurecer” e “maturidade”, que significam a sucessão de mudanças ocorridas no
organismo e a obtenção de papéis sociais (Neri, 2000). Considerando os mais
variados termos de distintos autores sobre a questão da velhice, percebe-se que
a pessoa envelhecida conheceu, assim, uma série de modificações ao longo do
tempo, uma vez que as mudanças sociais reclamavam políticas sociais para a
velhice, assim como a construção ética do objeto velho. Enfim é preciso que se
estabeleça respeito pelo idoso, reconhecendo-o enquanto ser humano que, se por
vezes apresenta certa diminuição de suas habilidades físicas e sensoriais,
possui outras qualidades que podem ser igualmente importantes. Bosi (1994) observa que a velhice sofre mais da luta de
classes que de conflito de gerações. Uma vez que, ao velho não é permitida sua
participação nas relações interpessoais, de modo que este ator social tem compartilhado
seu lugar de exclusão na sociedade com outros grupos como: mulheres, negros,
índios, portadores de necessidades especiais (Bosi, 1994).
Todavia, mesmo com a
existência de inúmeros termos para denominar a fase da vida de 60 anos ou mais,
não se deve negar que a velhice ou qualquer outro termo que se use, pois
constitui uma fase do desenvolvimento humano tão importante quanto às demais e
que, portanto, merece toda atenção e dedicação da família, da sociedade civil
e, principalmente, do Estado, através do planejamento e operacionalização das
políticas públicas.
QUAIS OS
BENEFICIOS DOS ALONGAMENTO COMO EXERCICIO DE FLEXIBILIDADE PARA O IDOSO?
Antes de falar de qualquer atividade fisica especifica
para o idoso, deve-se primeiro levar em
conta as necessidades fisicas de tal individuo. De acordo com Ramos (1999) deve
se elaborar um programa levando em consideração as atividades básicas do
dia-a-dia do idoso, partindo daí pode prepar algo que ele possa praticar, sem
perder sua autosuficiência, mantendo sua saúde fisica e mental.
Portanto
falando de alongamento e flexibilidade, Achour (1997) define “Flexibilidade é
um componente da aptidão física e o alongamento como exercício para manter ou
desenvolver a flexibilidade” Achour (1997, p. 8). Para reforçar o que já então
foi dito sobre alongamento muscular, flexibilidade, Sharp (2000, p. 33) diz que
“O alongamento é necessário para a completa recuperação da flexibilidade das
articulações”. Geoffroy (2001) se refere à flexibilidade, afirmando que está intimamente relacionado com a
mobilidade articular e a elasticidade muscular, portanto, com a autonomia do
idoso e sua qualidade de vida, com a sua estimulação com exercícios, é
fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral, principalmente sobre
o aspecto da motricidade humana. Ao alcance de todos está o treinamento físico,
com o objetivo de atenuar esta perda de forma acentuada, pois os indivíduos que
realizaram atividades físicas adequadas quando jovens ou ainda praticam
exercícios com regularidade, conseguem retardar este acontecimento. Portanto os exercicios
de alongamento e flexibilidade pode ser algo ultil para trabalhar a
flexibilidade do idoso.
Alter (1999) podendo
então completar que o envelhecimento traz perda da flexibilidade, mas que com
os alongamentos pode manter a flexibilidade ou até melhorar. Falando mais
cientificamente, Dantas (1999) afirma que os tendões e as fáscias musculares
são particularmente submetidos a mudanças, aumentando sua espessura devido à
idade e a falta de exercício. Segundo Williams (1995, p. 506) “Os estudos ao
microscópio eletrônico do comprimento de filamentos no músculo fixado em diferente
grau de contração mostram que a actina e o filamento de miosina não modifica
seus comprimentos durante o encurtamento muscular, mas desligam uns sobre os
outros para puxar as faixas Z em direção ao meio de cada sarcomero“. Sendo
assim pode-se falar que a constituição do músculo segue-se pela vida inteira,
ou seja, o processo de envelhecimento pelo qual o homem passa não altera as
funções contratuais do músculo e sim o tamanho delas, explica Hall (2000) que tudo
isso acontece porque o músculo possui uma capacidade ou propriedade visco
elástica que lhe permite alongar-se com o passar do tempo. “Um grupo de
músculos estirados não recua imediatamente para o seu comprimento de repouso,
mas sobre um encurtamento gradual durante certo período de tempo. Essa resposta
visco elástica do músculo independente do sexo.” Hall (2000, p. 08). No
entanto, nota-se que em algumas pessoas idosas há certa diminuição de massa
muscular. Segundo Nahas (2000 p.60) “Músculos fortes também protegem as
articulações, resultando em menor risco de lesões em ligamentos e problemas com
as dores de costa lombalgia. E a partir da meia idade, bom nível de força
muscular ajuda e prevenir a osteoporose e as quedas preservando a independência
de pessoas durante a fase de envelhecimento”. A nível de senso comum: pode-se
afirmar, que os músculos são importantes na vida do ser humano e principalmente
na terceira idade, pois, músculos encurtados e músculos muito fracos
possibilitam um desvio e um desequilíbrio postural. Sendo assim é super
importante a prática da atividade física, priorizando o alongamento muscular,
força e flexibilidade de pessoas que sofrem desses problemas, principalmente as
pessoas de idade avançada ou pessoas de terceira idade. Pois, o encurtamento
muscular é uma degeneração que se desenvolve com a velhice e a inatividade é um
precursor deste fator.
Os
exercícios de alongamentos têm como benefícios para a terceira idade Quando
feitos de maneira adequada os alongamentos trazem os seguintes benefícios:
reduzem as tensões musculares; relaxam o corpo; proporcionam maior consciência
corporal; deixam os movimentos mais soltos e leves; previnem lesões; preparam o
corpo para atividades físicas; Ativam a circulação; o alongamento ajuda na
respiração, facilitando a circulação sanguínea o que aumenta o raciocínio.
Então, independentemente dos fatores que interferem na determinação da
flexibilidade e dos problemas do cotidiano deve-se lembrar que a atividade
física promove uma melhoria no organismo da pessoa. Ao realizar uma atividade
física haverá um gasto de energia que resultará em uma necessidade de oxigênio
pelo músculo, isto provocará um aumento na freqüência cardíaca que por sua vez
precisará de mais O2 para suprir esta necessidade, os vasos sanguíneos se
dilatarão para facilitar a oxigenação muscular, e começa oxigenação melhorada a
pessoa se torna mais disposta em realizar tarefas do dia-a-dia salienta Guyton (1988).
A
nível de senso comum : podemos ver que o tempo altera o desempenho físico, mas
a prática regular de atividades físicas restringe tal alteração e, mesmo que
não assegure o prolongamento do tempo de vida, garante o aumento do tempo de
juventude, oferecendo proteção à saúde nas fases subseqüentes da vida,
contribuindo para a recuperação de determinadas funções orgânicas, levando
conseqüentemente a uma organização fisiológica, sendo um dos melhores remédios
para combater as doenças , geradas pela inatividade da vida moderna.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Podemos concluir que o comprometimento
da flexibilidade além de estar ligado ao envelhecimento parece ter íntima
ligação com a inatividade física, ou seja, uma vida sedentária prejudica esta
aptidão.
Portanto,
é possível afirmar que as atividades físicas contribuem na melhoria da
flexibilidade das pessoas, principalmente dos idosos, deixando claro que o
exercício físico aumenta as perspectivas de vida, diminuindo os efeitos degenerativos
do envelhecimento.
Com
a prática regular de exercícios físicos é imprescindível para a promoção e
manutenção de um estado saudável, e retardar o processo de envelhecimento, algo
que é inevitável, sendo assim podendo afastar os fatores de risco comuns, além
de elevar a auto-estima.
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Tá se garantindo hein Lene?! Orgulhooo ;)
ResponderExcluirObrigado querida Flavia, por estar visitando o Blog, e não posso deixar de agradecer meu amigo Martinho Lutero por estar comigo nessa!
ExcluirFlávia, continue acessando!!!
;)
Muito bom, parabéns!
ResponderExcluirObrigado Wellington,
ExcluirRepasse pra turma do IDJ e Continue sempre nos visitando aqui!!!
Abraço!
Agradescemos a todos que acessaram o nosso blog...
ResponderExcluirAgradescemos amis ainda aos que leram as matérias...
Participem deixando cometários e sugestões...
- > Marrtinho Lutero & Lene Fernandes Blogueiros da saúde!!!
e ai martinho blz??! parabens pelo o blog... o alongamento é realemnte muito importantew, uma pena pq a maioria das acdemias nao incentivam e nem fiscalizam o alongamento!!!
ResponderExcluirMuito obrigado pela atenção Rafael Mourão...
ResponderExcluirVocê tem toda razão em fazer um comentário demonstrando indgnação sobre o pouco credito que porfissionais de Educação Física dão ao alongamento...
Participe sempre conosco e seja um menbro do nosso Blog.
Parabéns!!!
ResponderExcluir